Acho que nunca li tanto num ano!
Em 2020, não só consegui manter a média de cinco dezenas de livros lidos (51, para ser mais exacta), como também investi muitas semanas na leitura de estudos, relatórios e artigos científicos sobre o livro e a leitura (mas poupo-vos, para já, a essa partilha).
Prioridade às autoras
A partir de Março, fruto da observação de José Riço Direitinho, autor e crítico literário que me alertou para o facto das mulheres que escrevem serem muito menos promovidas pelas máquinas de marketing e terem menos espaço nos media, decidi dar prioridade à literatura produzida pelo sexo feminino. Assim, dos 51 livros lidos 27 foram escritos por mulheres. Em 2021 manterei este critério na selecção das minhas leituras. Aliás, já comecei em Janeiro com o pé direito, uma vez que leio com enorme prazer “O Infinito num Junco“, de Irene Vallejo.
Li de tudo um pouco
A maioria das leituras de 2020 foi dedicada a livros de ficção (37 títulos) e este foi o ano em que vasculhei as estantes em busca de livros que esperavam por mim há muito: “D. Quixote de La Mancha“, de Miguel de Cervantes, finalmente lido!; “O Prazer de Eliza Lynch“, de Anne Enright; “Delírio“, de Laura Restrepo; “Mulata Solidão“, de André Schwartz-Bart e “O Louco“, de Khalil Gibran inserem-se nesta categoria.
Em 2020 também houve mais literatura infantojuvenil na minha vida. Recomendo-os todos: “O Muro no Meio do Livro“, de Jon Agee; “Olá, Farol!“, de Sophie Blackall; “Telma, o Unicórnio“, de Aaron Blabey; “Serei sempre o teu abrigo“, de Valter Hugo Mãe; “Corações aos Milhões“, de Joana M. Lopes e “O Pequeno país dos frutos“, de João Pedro Messéder.
Foi bom regressar à prosa de Elena Ferrante, Chico Buarque, Pearl Buck, Dulce Maria Cardoso e Lev Tolstói. E estas foram as boas descobertas do ano: Yaa Gyasi, Margaret Atwood, Isabel Rio Novo, Grazia Deledda, Ana Teresa Pereira, Martha Batalla, Lamberto Maffei, Selma Lagerlöf e Eric-Emmanuel Schmit. Já a desilusão do ano vai para Lídia Jorge e o seu “O Dia dos Prodígios“, algo que lamento uma vez que a obra é aclamada por tantos. É a prova de que nem sempre estamos preparados para os livros que nos chegam às mãos…
Os melhores
Quanto aos melhores… escolhê-los é uma tarefa ingrata! Comecemos pelos de NÃO FICÇÃO e não necessariamente por esta ordem: “A Estranha Ordem das coisas“, de António Damásio; “Bibliothérapie“, de Marc-Alain Ouaknin; “Why Buddhism is True“, de Robert Wright; “Elogio da Lentidão“, de Lamberto Maffei e “Reader Come Home“, de Maryanne Wolf.
Na FICÇÃO, estes foram os de que mais gostei (de novo, não necessariamente por esta ordem): “Milkman“, de Anna Burns; “A Morte de Ivan Iliitch“, de Tolstoi; “A Vida Mentirosa dos Adultos“, de Elena Ferrante; “D. Quixote de la Mancha“, de Cervantes; “Rumo a Casa“, de Yaa Gyasi; “The Handmaid’s Tale“, de Margaret Atwood; “Eliete“, de Dulce Maria Cardoso e “Corpos Celestes“, de Jokha Alharthi.
Vejam aqui todos os livros:
E vocês?
E vocês, o que leram? De que livros gostaram mais? Que boas descobertas fizeram? Em contexto de pandemia e considerando todas as mudanças e adaptações que ela exigiu, conseguiram ler mais ou menos? Fico à espera das vossas partilhas, nos comentários. Aproveito para desejar a todo/as um excelente 2021, com saúde e boas leituras!